França
Em 1874, Paul-Émile Rémy Martin criou Louis XIII, um cognac extraordinário que redefiniu o conceito de excelência. Batizado em homenagem ao rei Louis XIII — o primeiro monarca a reconhecer o cognac como destilado oficial —, esse blend audacioso utiliza exclusivamente as mais nobres eaux-de-vie da Grande Champagne, premier cru da denominação Cognac.
O segredo de Louis XIII reside na paciência absoluta de um envelhecimento centenário em barris de carvalho, onde cada essência é transmitida de mestre para mestre como herança sagrada. A icônica garrafa Baccarat, inspirada em um frasco histórico de 1569, tornou-se o símbolo máximo do luxo francês.
Louis XIII representa a busca pela perfeição transmitida de geração em geração, onde cada mestre dedica sua vida a uma criação que apenas os futuros concluirão.
Das terras privilegiadas da Grande Champagne nasce Louis XIII, uma manifestação sublime do tempo. Suas eaux-de-vie, obtidas da uva Ugni Blanc por meio da dupla destilação, são elaboradas em alambiques de cobre charentais e amadurecem em barris de carvalho Limousin, algumas por mais de um século, onde gradualmente adquirem sua cor âmbar profunda e desenvolvem uma paleta aromática de rara complexidade.
É então que o mestre de adega revela sua maestria: seleciona e harmoniza até 1.200 dessas preciosas eaux-de-vie para compor um blend final de elegância inigualável. Cada garrafa encerra um legado secular, perpetuado através das gerações numa tradição de excelência.
O Legado de Louis XIII
Um cognac tão raro como Louis XIII não poderia ser envasado senão no mais nobre dos recipientes. Seu decanter representa uma obra-prima artística que transcende sua função utilitária. Inspirado numa garrafa do século XVI decorada com fleurs-de-lys e encontrada no campo de batalha de Jarnac (1569), o decanter é meticulosamente confeccionado em cristal Baccarat por 11 mestres cristaleiros.
O design distintivo apresenta gargalo de ouro 18 quilates, 10 espinhos característicos de cada lado e um elegante lacre. Cada decanter é cortado à mão, soprado, gravado e numerado individualmente, garantindo que nenhum seja igual ao outro. Um verdadeiro símbolo da história francesa e da excelência artesanal.
Para ser classificado como cognac, uma bebida deve atender rigorosos critérios, dentre eles: ser produzido exclusivamente na região de Charente e Charente-Maritime, França; usar uvas específicas como Ugni Blanc; passar por dupla destilação em alambiques de cobre; e ter envelhecimento mínimo de 2 anos em barris de carvalho francês das florestas de Limousin ou Tronçais.
As classificações oficiais baseiam-se no tempo de envelhecimento: VS (mínimo 2 anos), VSOP (mínimo 4 anos) e XO (mínimo 10 anos). Com envelhecimento entre 40 e 100 anos, Louis XIII transcende completamente essas classificações padrões, permanecendo um cognac legítimo que representa o ápice absoluto da arte francesa de produção.
Baptiste Loiseau tornou-se Mestre de Adega em 2014, aos 34 anos, sendo o mais jovem a ocupar esta cobiçada posição. Natural da região de Cognac, Baptiste cresceu imerso na cultura local.
Sua mentora, Madame Pierrette Trichet, primeira mulher Mestre de Adega, ensinou-lhe que "não é a ciência que é importante, é a emoção". Baptiste aprendeu que a intuição supera o conhecimento técnico.
Como atual guardião desta tradição centenária, Baptiste seleciona e harmoniza eaux-de-vie deixadas por seus predecessores, perpetuando o que ele chama de "corrente humana" - um legado que nunca degustará em sua forma final, mas que será completado por futuros mestres.*
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